GALERIA DO COPÃO DA AMAZÔNIA


GALERIA DO COPÃO DA AMAZÔNIA: Tem como objetivo homenagear os ex-atletas, ex-técnicos, locutores/repórteres esportivos, ex-ábitros, ex-direntes, etc. - Personagens que direta ou indiretamente deram sua parcela de contribuição a esse importante torneio, denominado Torneio da Integração da Amazônia, conhecido Como Copão da Amazônia  - Que faz parte da história do futebol “Marron” do Norte do Brasil, época áurea do nosso futebol, que englobava as unidades federativas(Amapá, Acre, Rondônia e Roraima) – O palco principal desse importante evento foram os Estádios do Glicério Marques(Glicerão), José de Melo, Aluízio Ferreira(Aluizão) e Flamarion Vasconcelos(Canarinho) – O torcedor fazia verdadeira festa do futebol nortista, levando as capitais uma briga saudável, as pessoas simplesmente sentiam vontade e prazer de frequentar essas praças esportivas, quando sedes dos jogos - O que prevalecia era o amor á camisa, os jogadores eram pagos de maneira informal para se dedicar apenas ao futebol - O Copão deixou saudades!! (Franselmo George/Copão da Amazônia)







Boa tarde!

Temos a grande honra de entrevistar, hoje no GALERIA DO COPÃO DA AMAZÔNIA, o ex-atacante Sené, entrevista feita pelo Franselmo George/Copão da Amazônia.(Entrevista realizada em 15/01/2018).

Raimundo Sérgio da Silva Ramos, mais conhecido como "Sené". Nasceu em Macapá-AP, no ano de 1963, na avenida General Osório, no bairro do Laguinho. Sua  mãe se chamava Onarina da Silva Ramos,  oriunda de Mazagão Velho. Seu pai se chamava Raimundo Tavares Ramos,  oriundo da localidade do Curiaú. Tem 54 anos.


 Depois desse pequeno resumo, vamos as perguntas. Confira.



Copão da Amazônia – Craque Sené, quando você começou a jogar bola?

Sené – Comecei a jogar futebol aos 15 anos. Em casa tivemos uma sequência de jogadores de futebol, meu irmão foi bicampeão pelo São José jogando no gol, o Querosene, mais o Bein que todo mundo já conhece e o Mário campeão do primeiro campeonato amapaense de profissional em 1991, pela equipe do E. C. Macapá. Eu com 15 anos fui para o Macapá time de juniores, e não fui aproveitado, fomos dispensados. Na época era o saudoso Aluízio Brasil, e não foi só eu, foi eu e meu irmão Bein. Pensei até em parar de jogar futebol, com 15 anos. Batendo uma bola no campo do América, eu e o Bein fomos convidados pelo Sebastião Dias Neto para treinar no São José, em seguida o Enesto saiu, veio o Bento Góes, professor Bento Góes de Almeida, onde viu eu, o Bein e o Orlando do outro lado do campo do América. Aí começou tudo, no primeiro Campeonato Amapaense com 16 anos, o time do São José era só de moleques, meio de campo era eu, Bein e Orlando. Jogamos o campeonato e ficamos em 4º lugar, que antigamente o campeonato era disputadíssimo. Aí fui para o Independente no final do ano chamado pelo José Maria Gomes Teixeira, o Manga. Já no ano seguinte em 1983 fui campeão pelo Independente, meio de campo era Vitor, Bein e Sené, nessa época eu era meia esquerda. Eu fui inventado de centroavante no Trem Desportivo Clube, em 1985, pelo técnico Maranhão. Nosso time tinha dificuldade de ataque, era muita correria na frente e não tinha ninguém para segurar a bola. A bola ia e voltava, aí o Maranhão me chamou e perguntou se eu queria ser centroavante. Até então eu disse que não, porque centroavante é uma posição complicada, você joga de costas para a zaga, toda hora pegando porrada de zagueiro. Até que um dia eles me convenceram, aí eu fui, de lá não quis mais sair, lá acertei minha real posição.

Copão da Amazônia – Quais o clubes que você atuou?

Sené – Vou citar os times grandes. Dos times grande, o único que não atuei foi o Ypiranga Clube. Na época que acertei com o Ypiranga, foi quando fui para o Independente. Mas joguei no Independente, Santana, Macapá Amapá Clube, Trem e São José. Fora do Estado joguei no Rio Negro de Manaus, logo após o Copão da Amazônia de 1985 e no Paysandu de Belém do Pará.


Copão da Amazônia – Qual o melhor estádio que você já jogou no Brasil?
Sené – Gostei de jogar no Castelão, hoje Arena Castelão em Fortaleza. Eu estive em uma pequena cidade do interior do Maranhão, chamada Bacabal, atuando pelo Paysandu em um amistoso, era um estadiozinho estilo Glicério Marques da vida, só que um Glicério melhorado. E o Mangueirão em Belém, só quem tiver a oportunidade de jogar é que irá sentir o que é um atuar em um clássico Re-Pa.

Copão da Amazônia – Quando você jogou pelo Paysandu?

Sené – Tive a oportunidade de jogar no Paysandu em 1993, foi eu e o jogador Jardel(Toiotinha), participamos do Torneio Pará/Ceará, torneio tradicional naquela época. Confira os jogos que participei:
24/01/1993 – Torneio Pará-Ceará – Paysandu 0 x 2 Foertaleza
26/01/1993 – Torneio Pará-Ceará – Paysandu 1 X 2 Ceará
27/01/1993 – Amistoso(em Bacabal-MA) – Paysandu 5 X 0 Bacabal – Gols: Rildon(2), Sené, Punga e Jardel
31/01/1993 – Torneio Pará-Ceará – Paysandu 1 X 1 Ceará – Gol: Augusto
02/02/1993 – Torneio Pará-Ceará – Paysandu 2 X 1 Fortaleza – Gols: Rildon e Sené
04/02/1993 – Torneio Pará-Ceará – Paysandu 1 X 1 Ceará – Gol: Augusto
07/02/1993 – Torneio Pará-Ceará – Paysandu 0 X 1 Remo – (placar do jogo até ser interrompido)
Na volta tivemos problemas, eu e o Jardel. Aí tivemos que retornar, aí não retornamos mais.

Copão da Amazônia – Quantos Copões da Amazônia você disputou?

Sené – Disputei ao todo quatro Copões, um pelo Independente, um pelo Amapá Clube e dois pelo Trem Desportivo Clube, onde fui campeão em 1985 e também campeão em 1990, ou seja, fui duas vezes campeão da Amazônia.

Copão da Amazônia – Como era jogar/participar do Copão da Amazônia?

Sené – “A gente se programava aqui em Macapá para jogar o Copão da Amazônia, íamos com o time para disputar o Copão você se incentivava quando você ia jogar com jogadores de outros estados no então Território na época. A gente se preparava para jogar o Torneio com o time do Trem. Nós estávamos no campeonato onde nos encontrávamos fraquíssimo na competição, numa batalha danada, mas quando chegava no Copão da Amazônia, o time do Trem, se desdobrava, havia amor à camisa. E não era só aqui no Amapá, fora do Estado. O nosso primeiro título de 1985 em Boa Vista, Roraima, chegamos lá como um time desacreditado. Só davam importância para o Baré, time da casa e para o Juventus, do Acre. O time do Juventus era uma equipe semi-profissional. Não falavam do nosso time, o Trem, era uma equipe baixinha, os jogadores mais altos era eu e o Fanta, zagueiro. Na primeira partida em diante, contra o Ypiranga de Porto Velho é que já vieram falar do nosso time, foi aí que a gente começou a despontar nesse jogo, onde fiz dois gols, ganhamos de 3 X 0. Acho que o gol mais bonito que eu fiz em minha vida. Foi um gol de cabeça – No cruzamento do Pedro, que chamava “Pedro Burro” – quando ele chegou na linha de fundo, cruzou e eu dei uma cabeçada de quase do meio de campo. Depois desse jogo já foram falar do time do Trem. Em seguida pegamos o Juventus, e ganhamos. Aí quando a gente ganhou do Juventus foram dizer que o time do Trem tinha condição de ser campeão. Foi o Copão ganho no Tapetão, final contra o Baré-RR. Foi 1 X 0 para eles. Até então a gente já sabia que iríamos ser campeão. O Horácio Marinho já entrou no vestiário no intervalo, estava 0 X 0 e comunicou para gente que iríamos ganhar no tapetão, porque os caras estavam jogando irregular com dois cartões amarelos e tinha sido expulso. Então eles usaram de tudo em artimanhas para a decisão. No segundo tempo em diante a gente já sabia que ia ser campeão do
Copão da Amazônia, mesmo no tapetão.
Quando terminou a decisão do Copão em Boa Vista, Estádio Canarinho lotado, a gente estava no vestiário, eu já tinha tomado banho, estávamos se aprontando, foi quando fui chamado pelo alto falante do estádio para comparecer/ subir para receber a premiação. Foi surpreendente quando vou saindo do vestiário/subindo, a torcida do Baré batendo palmas em pé. Fui eleito o artilheiro e o melhor jogador do torneio. Pra mim foi gratificante, todo mundo batendo palmas quando foi citado meu nome. Não estava esperando isso ainda. Eu sabia que poderia ir muito à frente como jogador de futebol, mas naquele momento, que eu vi que realmente dava para ir um pouquinho mais à frente.

Copão da Amazônia – Sené, fale sobre o futebol profissional do nosso Estado?

Sené – Acho que ainda não era para ter sido profissional. A implantação do “profissionalismo acabou com o nosso futebol. Porque eles cobravam muito do jogador profissional, mas na verdade, nem os clubes eram profissionais. Se a gente continuasse com o famoso contrato de gaveta e deixassem rolar mais um pouquinho, acho que o futebol do Amapá não estaria nas condições que está hoje. Ganhei muito dinheiro quando era amador. Fiz uns contratos de gaveta no Independente, Trem, no Amapá Clube e no Esporte Clube Macapá, a gente ganhava muito mais do que o profissional hoje. Recentemente fui Auxiliar Técnico e vi jogador assinando contrato por R$ 1.500,00 para jogar quatro meses de campeonato. Então aquilo me deu uma tristeza em saber que o nosso futebol realmente precisa sair do fundo do poço, está numa UTI. E precisa de alguém para alavancar, melhorar a situação. Não é só cobrar do jogador, tem que cobrar do clube, dirigente do clube tem que ser profissional, porque só cobram para o cara ser profissional, mas os “dirigentes” não são. Aí vira essa bagunça no nosso campeonato amapaense, esquecem da base.

Copão da Amazônia – Os craques do Passado?

Sené – Quando comecei a jogar, eu ia olhar Léo, Ademir França, Haroldo Santos jogar. Dava vontade de você ir ao estádio. Você ia no estádio ver um Casé jogar, tive o prazer de jogar ao lado de Marcelino, Jasson, o próprio Mário Sérgio, Joguei junto com Coroca, Lagóia de Santana. E você vai hoje no estádio, só tristeza de ver os caras jogando bola.

Copão da Amazônia – Amigos no futebol?

Sené – No Copão da Amazônia de 1985 fiz muitos amigos: Nerivaldo, Guilherme, Fanta, Albertinho, meu compadre Dida, esse time ficou marcado.

Copão da Amazônia – Você encerrou a carreira em qual Clube?

Sené – Meu último clube foi o Esporte Clube Macapá, em 1994.

Copão da Amazônia – O ex-jogador Sené aos 54 anos está aposentado?

Sené – Ainda não, recentemente fui Auxiliar Técnico do time do São Paulo e atualmente trabalho como encarregado de uma firma.
Copão da Amazônia – Para finalizar queríamos te agradecer pela disponibilidade de ter nos recebido em sua casa.

Sené – Eu que agradeço pelo belo trabalho de vocês. Obrigado.


                                       Sené no Master do São José - Estádio Augusto Antunes




                                                            Independente-AP - 1983
                                  


                                                  Trem Desportivo Clube - 1985


Amapá Clube - 1992 










Boa Noite!

Temos a grande honra de entrevistar, hoje no GALERIA DO COPÃO DA AMAZÔNIA, o ex-goleiro Zé Maria, entrevista feita por Franselmo George do Copão da Amazônia. (Entrevista realizada em 21/01/2018). Vamos conferir a entrevista.
 

José Vaz Monteiro, mais conhecido com Zé Maria.  Nasceu em Macapá, no ano de 1958, tenho 58 anos.

Copão da Amazônia - Com quantos anos começou a jogar bola?

Zé Maria - Comecei com 5(Cinco) anos, na Praça da Conceição, através do Seu Dário.

Copão da Amazônia - Quais os clubes que você atuou?

Zé Maria - O primeiro clube que atuei foi o Guarany Atlético Clube, em 1978. Joguei também pelo Esporte Clube Macapá, atuei no Amapá Clube, no Independente Esporte Clube, São José e no Trem Desportivo Clube

Copão da Amazônia - Zé Maria, qual o melhor estádio que você atuou?

Zé Maria - Acho que foi o Estádio Le Badue, em Cayenne. Nesse jogo atuei pela Seleção Amapaense em 1989, lindo Estádio! Perfeito!

Copão da Amazônia - Quantos Copões da Amazônia você participou? Quais os anos?

Zé Maria - Participei de 6(seis) Torneios da Integração da Amazônia. Um pelo São José em 1977, outro pelo Independente, em 1982, famoso Copão do caso Tapetão e os outros quatro pela Locomotiva, fui Tetracampeão do Copão da Amazônia em:1986,1987, 1988 e 1990.

Copão da Amazônia - O que representou o Copão da Amazônia para você?

Zé Maria - O Copão da Amazônia foi uma felicidade para nós que participávamos. Hoje nos entristece, porque acabou!, mostrava o nosso futebol para fora do Amapá, na época era Território Federal. Todos os atletas se empenhavam, desde o goleiro ao centroavante, era uma família. Exemplo era o Trem, que abandonava o campeonato aqui no Amapá para se dedicar no Copão, isso enfurecia o torcedor, porque a gente ganhava o Copão lá, mas no campeonato local perdia. Lembro de uma frase do juiz José Ribamar(Acre), que já é falecido, onde o mesmo falou para mim e para o Vitor, "Rapaz, o Copão da Amazônia foi feito pro Trem e pra vocês ganharem". Então, foi uma felicidade participar do Copão da Amazônia. Muitas alegrias!

Copão da Amazônia - O que você pensa sobre o futebol profissional do nosso Estado?

Zé Maria - O Amapá não estava preparado para essa troca, do amador para o profissional, hoje estamos com uma carência muito grande aqui. Não temos nenhum time nosso disputando uma série C. Nosso amadorismo foi o que mais cresceu, os estádios davam casa cheia. Nós não temos um time que se destaque lá fora. É uma pena!

Copão da Amazônia - Zé Maria, Fale sobre os Craques do Passado do Nosso Futebol Amapaense?
Zé Maria - Lembro do Guara Lacerda, Marco Antônio, Haroldo Santos, o Bira que já estava indo pra fora, o irmão dele o Assis, o Léo, grande professor Léo, essa turma era dos melhores dos times grandes e vãrios outros. Já na minha época, já veio: sené, Vitor, Marcelino, Jasson, Reginaldo Bobó e outros.

Copão da Amazônia - Você fez amigos no futebol?

Zé Maria - No passado, todos aqueles jogadores que participavam em qualquer clube, eram nossos amigos, não tinhamos indiferenças. Terminava o jogo, todos eram amigos.

Copão da Amazônia - Sabemos que o ex-goleiro Zé Maria ainda está na ativa. Onde você trabalha?
Copão da Amazônia - Você encerrou sua carreira em qual clube?

Zé Maria - Encerrei minha carreira pela equipe do Trem Desportivo Clube, em 1992.

Zé Maria - Trabalho como Motorista Operador de caminhão Munck em uma Empresa.

Copão da Amazônia - Para finalizar queremos te agradecer pela entrevista.

Zé Maria - Eu que agradeço. Precisamos de pessoas como vocês, que estão resgatando a história do futebol, tanto amapaense, como também da Região Norte.


                                               Zé Maria  - 2018
                                                  

 Glicério Marques - 1987





Copão de 1977 - Glicério Marques



Copão de 1988 - José de Melo - Acre



Amistoso/Seleção Amapaense - 1989 - Caiena

1987 - Glicério Marques - Entrega de Faixas



Copão de 1988 - Augusto Antunes



Copão de 1990 - Entrega de Faixas








Boa tarde!

Temos a grande honra de entrevistar, hoje no GALERIA DO COPÃO DA AMAZÔNIA, o Jornalista Paulo Silva, foi um dos melhores repórteres esportivos do Norte do Brasil - Entrevista feita pelo Franselmo George/Copão da Amazônia(Entrevista realizada em 29/01/2018). Vamos conferir a entrevista.
 



Paulo Silva – Meu nome é Francisco de Paula Silva Santos. Mas se você, chegar em casa e perguntar, ou perguntasse pra minha mãe que já faleceu, ela iria dizer que não me conhecia. Porque eu cresci sendo chamado de Paulo, nunca de Francisco, nunca de Paula/Paulo, e ficou Paulo. Nasci no dia 02 de abril de 1955. Tenho agora 62 anos. Sou macapaense, minha mãe era macapaense, meu pai era do Marajó, também falecido.

Copão da Amazônia – Quando você começou no rádio?

Paulo Silva – Na profissão, comecei em 1975, justamente na época que o Macapá ganhou o 1° Copão da Amazônia. Eu na época, posso dizer que eu era um “foca” do jornalismo. Porque eu havia começado justamente naquele mês de junho/julho, quando o E. C. Macapá ganhou o Copão, estava começando no rádio, na Rádio Difusora de Macapá.

Copão da Amazônia – Quando você começou no Rádio, foi como Jornalista ou como Repórter Esportivo?

Paulo Silva – Entrei na área esportiva. Eu fui levado pelo José Caxias, meu amigo de infância, que estava saindo da Rádio Difusora, indo para a então Rádio Equatorial que era dos Padres, e me convidou. Cheguei lá e encontrei uma boa turma: Humberto Moreira, Almir Menezes, Ubiratan Silva, Milton Barbosa, José Maria Trindade, que hoje faz rádio no Pará, Luís Anaice, que hoje também faz imprensa no Pará, encontrei todo esse pessoal, e fiquei na Rádio Difusora até 1978, quando passamos para a Radiobrás(Rádio Nacional). Na qual fui o último Diretor em 1989, antes de voltar a ser Rádio Difusora, adquirida pelo Estado do Amapá. E na Rádio Difusora fui diretor duas vezes, me sinto honrado por isso.

Copão da Amazônia – Quando criança o Paulo tinha vontade de ser jornalista? Tinha alguma referência local/nacional?

Paulo Silva – Tinha, com certeza. Não no Amapá, mas no plano nacional, a gente ouvia muito a Rádio Globo, a Rádio Tupi ondas curtas, e eu apaixonado pelo rádio tanto que eu fui locutor de aparelhagens. Aparelhagem do esposo da minha tia. Aparelhagem chamada “Sonoros Caçulas”, e eu era um dos locutores da aparelhagem. E também atuava na Igreja Nossa Senhora da Conceição, participava da JOTI, Ypiranga, a gente participava das missas. Naquele tempo a Praça da Conceição tinha três campos de futebol, depois mudou tudo.

Copão da Amazônia – Na sua carreira de Jornalista, o que mais te marcou, positiva e negativa?

Paulo Silva – O que me marcou como jornalista esportivo, foi a derrota dentro de casa, do Trem, para o Ferroviário no Copão da Amazônia de 1980, em que um “goleirinho”, chamado Iata, de pouco mais de um 1,60m, pegou tudo naquele jogo. Foi uma espécie de “Maracanaço”, foi como o Brasil tivesse perdendo a Copa de 1950 para o Uruguai, foi uma das decepções. A outra já no jornalismo, foi a cobertura da Tragédia do Barco Novo Amapá, ocorrida em janeiro de 1981, muito triste para todo mundo, principalmente para mim, como jornalista. Humberto Moreira que foi para o local, eu fiquei em Santana, apoiando, estávamos na Rádio Nacional na época. Então foram as duas decepções. Na alegria teve muitas...Vitória do Independente, no Copão de 1989, show de bola, e outras séries de coisas que alegraram a gente. Por exemplo, conhecer quase o país inteiro, através do futebol, a outra foi através do jornalismo. A chance de ser empregado do Jornal O Liberal. Durante algum tempo, fui diretor da Sucursal aqui. Tive uma experiência com feras do Jornalismo, participando de eventos, seminários enfim.

Copão da Amazônia – Paulo Silva, lembro que você apresentou o Programa ‘A Bola é Nossa”?

Paulo Silva - Participei do Programa A Bola é Nossa. E também fui apresentador de um espaço local que o Fantástico da Globo, jogava para as emissoras afiliadas, eles tinham um quadro esportivo. Não sei se era no meio, ou no final, era no domingo à noite, mas como eu não era funcionário da Rede, apenas prestava serviço, não durei muito tempo. Porque tinha que perder o domingo, era ao vivo, isso era no início da década de 80.

Copão da Amazônia – Qual seu grau de formação Paulo Silva?

Paulo Silva – Não tenho formação em jornalismo. Eu concluí o meu 2º grau, mas estudei muito, leio muito sobre jornalismo, se você for em casa, você vai encontrar uma biblioteca, livros sobre jornalismos. Tanto que eu viajei agora, o último que eu trouxe foi um do Juca Kfouri “Confesso que perdi”, estou lendo agora, eu leio muito. E no jornalismo, os mestres sempre dizem, leiam.

Copão da Amazônia – Quais emissoras você já trabalhou?

Paulo Silva – Aqui no Amapá, trabalhei em todas. Só não participei dessas emissoras comunitárias.
Copão da Amazônia – Quantos Copões da Amazônia você participou?

Paulo Silva – A partir do 3º Copão em 1977, realizado aqui em Macapá, até o de 1989, realizado em Porto Velho. Só não participei no de 1975, 1976 e o último em 1990.

Copão da Amazônia – Qual o melhor estádio que você trabalhou como repórter esportivo?

Paulo Silva – Hoje está abandonado. É o Estádio de Roraima, o “Canarinho”. E muito me honrou no Canarinho, Franselmo, é que lá, eu fiz ponta de gol pro Maurício Menezes, da Rádio Nacional. Foi uma etapa do Copão da Amazônia, em 1981, e o Humberto Moreira foi transmitir de Rio Branco. Como repórter foi o Luizinho da Globo de Brasília fazer ponta de gol com ele. Se classificaram equipes de Roraima e do Acre. Eu me lembro que alguns dias depois nós voltamos pro Acre mandados pela Radiobrás. Porque a Rádio Nacional de Roraima na época, não tinha equipe esportiva. Eu sei que a final foi vencida pelo time do Acre, com um gol do atacante Irineu(falecido). O time de Roraima ficou com o vice. E os acreanos ganharam aquele Copão.

Copão da Amazônia – O que representou para você o Copão da Amazônia?

Paulo Silva – Pra mim, representou o Campeonato Brasileiro da Amazônia. Essa Amazônia Oriental e Ocidental, eu entendo que era uma competição que nunca deveria ter acabado. Havia toda uma rivalidade, era uma festa, enfim. Mas a CBF quer matar o futebol do Norte. Ela faz tudo para matar o futebol do Norte, discrimina enfim. A gente acabou perdendo, nos faltou também força política. A CBF, se quisesse com o dinheiro que ela ganha, ela patrocinaria essa competição. Por ser Território na época, havia essa fragilidade, não tinha força política.

Copão da Amazônia – Craques do Passado que você viu jogar?

Paulo Silva – O time que ganhou poucas vezes o Copão, mas que sempre me encheu os olhos, foi o Juventus-AC. O Juventus tinha o ataque e um meio de campo formado por: Emílson, Carlinhos e Mariceudo, três craques. E na frente o Dadão. Mas o Macapá, no 1º Copão da Amazônia, era um timaço, tanto que todos que estavam naquela equipe, praticamente evoluíram no futebol: Bira, Aldo, o próprio Aluísio(goleiro). Enfim, foram essas duas equipes que me encheram os olhos.

Copão da Amazônia – O que aconteceu com o Futebol do Nosso Estado?

Paulo Silva – É questão de direção. Os dirigentes, quando eu falo, não são os presidentes, mas os conselheiros. Deixaram, fizeram, permitiram que os clubes fossem morrendo. E outra coisa, a dependência do governo. Foram maus acostumados. Na época do Território, se dava tudo. Durante algum tempo no Estado, também se deu tudo. Mas chegou um momento que o Estado tem que escolher, entre cuidar das pessoas no geral e cuidar do futebol, que já é profissional. O Estado tem a obrigação de fomentar o esporte, não de bancar clube de futebol profissional. E ainda tem o fator político, porque, quando tem um governo, tem um grupo, quando vem outro governo, tem outro grupo. Um faz beicinho pro outro. Pra mim a principal culpa é do dirigente do clube, daqueles que são eleitos. Todos os grandes clubes do Amapá estão endividados ou então quebrados: Macapá, Amapá Clube, Santana, Independente, Ypiranga. Muitos sem sedes, vendido por decisão do presidente, sem reunir conselhos. De repente aparecia o salvador da pátria, que não salva nada, alguns entram no esporte para lavar dinheiro. A gente não revela craques. Eu vejo muito difícil a recuperação do futebol amapaense.

Copão da Amazônia – Amigos no futebol?

Paulo Silva – Milton Barbosa, meu amigo, meu irmão, que me recebeu na Rádio Difusora em 1975. Hoje está com a saúde abalada, debilitada, me ensinou a redigir. Humberto Moreira, com quem a gente dividiu tantas emoções pelos campos do Brasil, transmitindo futebol. José Maria Trindade que faz rádio no Pará, que é amapaense. Aníbal Sérgio, Luiz Melo com quem eu fiz ponta de gol no começo da carreira. Então são alguns no momento de fonte, mas sou grato a todos eles.
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Copão da Amazônia – Paulo Silva, quero te agradecer pela disponibilidade de ter nos concedido está entrevista.

Paulo Silva – Franselmo. Eu que te agradeço. Já postei isso no twitter, já postei no facebook. Quero te parabenizar pelo belíssimo trabalho, de resgate da memória do Copão da Amazônia. Importante competição que nós tivemos nessa região do país. Sei que é um trabalho que não é fácil, inclusive recomendaria até a Federação de Futebol que te apoiasse nesse trabalho. Porque ninguém no Amapá, tem sobre o Copão da Amazônia, o que você tem conseguido postar, Parabéns.

Copão da Amazônia – Muito obrigado Paulo Silva. Te agradeço de coração.

                                                          Paulo Silva  e o jogador Bein


                            Paulo Silva ao lado do Franselmo George/Copão da Amazônia

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